A
alma extasiada
Sobe...
sobe...
Há
toda uma amplidão Iluminada
A
sua vida...
A
estrada
É
uma etérea alfombra
Sem
resquícios de sombra!
É o
domínio da luz que ela conquista!
Vibra
no ar
Dulcíssima
harmonia,
Como
se fora feita
De
luar,
De
alegria...
De
alegria perfeita.
Parece
um hino de amor
Dos
Paganinis siderais,
A
ventura, o fulgor,
Transformados
em notas musicais.
Além,
fulguram sóis;
Em
tudo há um misto
Nunca
visto
De
manhãs e arrebóis.
Aos
clarões dessa aurora,
A
alma chora
Em
êxtase profundo.
E
lembra-se que sofreu,
Que
amou, que padeceu.
Ao
longe, muito ao longe,
O
mundo
É um
ponto negro que gira...
Ainda
além, mais além,
A
Via-Láctea transluz,
Como
um éden de luz
E de
amor.
Nesgas
do céu, imagens de esplendor,
Cenários
majestosos,
Soberbas
harmonias
Nos
mundos luminosos!
Seres
que passam rápidos, flutuantes,
Sorridentes,
radiantes,
Nos
espaços sem termos, onde a vida
É a
imortalidade
Anelada,
querida,
De
pureza, de beleza,
De
perfeição e de felicidade!
Em
baixo as vastidões,
Em
cima, as emoções
Do
ilimitado.
Atrás
a noite e as mágoas de agonia
Do
passado;
E,
em frente,
Um
futuro esplendente
Pintalgado
de rosas,
Da
mais pura alegria.
Feito
de éter, de sonho,
O
caminho é risonho,
Recamado
de flores perfumosas.
Melodia,
luz, aroma!...
De
repente
Numa
nesga de céu resplandecente
Assoma
Uma
rutila esfera,
Como
um país de doce primavera,
Intérmina
de gozos!...
A
alma se extasia
Na
luz do Eterno Dia.
Com
os pensamentos puros e radiosos,
Ora
a Deus:
Recorda
em prece os sofrimentos seus,
Evoca
as lágrimas vertidas!
Contempla
panoramas de outras vidas,
Vidas
de estranha dor...
Mas
cada gota amarga dos seus prantos
Agora
É um
raio de aurora,
Que
um a um
Vão
formando uma auréola
De
brilhos santos,
Que
a engrinalda de luz.
Em
suavíssima unção,
A
pobre alma orando,
Chorando,
Nessa
prece
Reconhece
A
alvorada de sua redenção!
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932